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terça-feira, 29 de maio de 2018

"Eu bebo para tornar os outros interessantes"

Maldito diário..

Eu estou tentando me apegar a algo nesta vida.. para poder sentir que vale a pena viver.
Tem dias que acordo mal.. outros acordo bem pior, e, logo cedo tenho que colocar uma máscara que boa menina, feliz por estar viva e "saudável".. justo eu, que desprezo fingimentos (...) Não vivo sozinha - talvez fosse melhor para todos - não posso mostrar meu descontentamento com a vida que conheço.. que conhecemos. Os governantes que são os verdadeiros "diabos": ladrões, sociopatas e sádicos. Como alguém pode ter paz interior, tendo a consciência disso tudo? Seria bem mais simples se eu só quisesse cantar/dançar o "sucesso do momento", sem me dar conta que sou só mais um número na estatística.. apenas mais uma escrava do sistema.. só mais uma "maria-ninguém" numa terra de 3% de favorecidos que, obviamente, jamais poderei estar - não de forma lícita e honesta - e olhe que faço parte de muitas minorias de humanos altamente rotuláveis. Como conceber a ideia de que alguém possa governar com decência, eficiência e eficácia, sendo naturalmente brasileira?
A desigualdade social é tanta que faria qualquer pessoa que tenha o mínimo de senso de justiça e empatia ficar extremamente envergonhada de estar a frente na liderança de um estado, cidade ou país como este. O marketing do governo faz brilhantemente o seu papel: encobre a lama da periferia com belas palmeiras das praças revitalizadas, com ciclovias para causar impressão de população sustentável e eco-socialmente consciente, na área nobre da cidade, claro, com o slogan "Mais resultados, vida melhor".

Hoje, dia 28 de maio de 2018, estamos passando por mais um processo de protestos em todo o Brasil, processo esse iniciado pelos caminhoneiros por causa do aumento (absurdo) do diesel sem aumentar o preço do frete. E, para contar com o apoio popular, fizeram questão de enfatizar o impacto negativo que o reajuste acarretará, o que é uma triste verdade, os impostos por aqui chega a ser abusivo. E quando essa poeira baixar, os brasileiros vão voltar a rotina de burro-de-carga vendado, só pensando em futebol e carnaval.
Quando observo seres humanos dormindo nas ruas, atendendo o chamado da natureza em público, comendo lixo ou tomando sopas de 1 real, me parece uma maneira de ostentação invertida que o governo alimenta. Exibir o status da desgraça humana deve ser uma satisfação, como aquela que a realeza sentia ao ser carregada nos ombros dos serviçais.

Nem posso fazer como o Mencken: "Eu bebo para tornar os outros interessantes". porque não faço uso de álcool, até porque tenho consciência que não deve misturar bebida alcoólica com meu antidepressivos, e não é por medo da morte, é porque a vida já é bastante alucinógena. Eu não consigo aceitar a vida como ela é, e vou empurrando com a barriga.. só não sei até quando.

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