A modinha do momento é fazer textão à respeito da discriminação do aborto. Numa dessas, achei um texto interessantíssimo lançado em comentários quaisquer numa dessas discussões de facebook que estamos acostumados a ver corriqueiramente. Resolvi deixar aqui registrado...
"As opiniões são sempre despidas de empatia, o único sentimento que transborda é raiva. Defensores da vida querem a todo custo que uma mulher pague com um filho indesejado, porque transou, porque abriu as pernas, porque gozou, porque se divertiu. Porque a culpa de ter engravidado é só dela.
É raiva da vadia, que saiu dando por aí e não se preveniu. As pessoas babam enlouquecidas só de imaginar que uma mulher faça sexo, que use seu corpo para ter prazer, que faça com ele o que quiser. Vadia. Quem mandou transar? E agora vai pagar pelo seu gozo com um filho que não pode ou não quer ter.
Tem que pagar, não importa em quais condições engravidou. Se a pílula
falhou, se a camisinha estourou, se o parceiro se recusou a usar
preservativo, se foi estuprada pelo próprio marido. Não importa. Essa
pilantra tem que pagar. Vadia.
Não quer engravidar? Não transe. Quem mandou ficar de quatro? Quer se divertir sem pagar o preço? A culpa é toda sua e o castigo é ter um filho que não pode sustentar, que não tem idade para criar, que não consegue educar sozinha.
Ou isso ou cadeia, que é o que você merece, sua assassina.
Os justiceiros da moral e dos bons costumes se dizem pró-vida e argumentam que a da mãe não tem mais valor do que a do feto, mas bradam aos quatro cantos que os defensores da descriminalização do aborto deveriam ter sido abortados.
Se dizem pró-vida desde que esta vida não bata no vidro do carro pedindo dinheiro. Desde que essa vida não venha junto com a empregada e atrapalhe o dia da faxina. Desde que essa vida não se torne bandido porque, você já sabe, "bandido bom é bandido morto".
É uma empatia sem fim, como se pode ver. O importante é não transar, não engravidar e não encher o saco dos outros com questões tão simples quanto a de exercer o direito individual de legislar sobre sua própria vida e seu corpo.
Na dúvida, não transe. Vai que engravida. Vai que você mora no Brasil. Vai que tem uma turma prontinha para jogar pedra em você. Quem mandou transar?"
Não quer engravidar? Não transe. Quem mandou ficar de quatro? Quer se divertir sem pagar o preço? A culpa é toda sua e o castigo é ter um filho que não pode sustentar, que não tem idade para criar, que não consegue educar sozinha.
Ou isso ou cadeia, que é o que você merece, sua assassina.
Os justiceiros da moral e dos bons costumes se dizem pró-vida e argumentam que a da mãe não tem mais valor do que a do feto, mas bradam aos quatro cantos que os defensores da descriminalização do aborto deveriam ter sido abortados.
Se dizem pró-vida desde que esta vida não bata no vidro do carro pedindo dinheiro. Desde que essa vida não venha junto com a empregada e atrapalhe o dia da faxina. Desde que essa vida não se torne bandido porque, você já sabe, "bandido bom é bandido morto".
É uma empatia sem fim, como se pode ver. O importante é não transar, não engravidar e não encher o saco dos outros com questões tão simples quanto a de exercer o direito individual de legislar sobre sua própria vida e seu corpo.
Na dúvida, não transe. Vai que engravida. Vai que você mora no Brasil. Vai que tem uma turma prontinha para jogar pedra em você. Quem mandou transar?"
[Autor desconhecido]
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